Entrevista com Antonila Cardoso- Berro d'água

Antonila da França Cardoso nasceu em Juazeiro e foi professora, cronista, poetisa e escritora. Educadora, dedicou-se a ensinar nos colégios Edson Ribeiro e Rui Barbosa.

Uma personalidade que sempre lutou pela educação e pela cultura da cidade, dedicou parte de sua vida ao incentivo pelas artes e pelo conhecimento da história da região. Em entrevista ao Berro d’agua, em 1988, disse “que a solução para quase todos os problemas sociais começa por uma educação de base, expressão muito gasta, mas que nunca foi aplicada de maneira séria”.

Sua forma de educar era aberta e participativa, incentivava a criatividade e o envolvimento com a arte, o que despertava discordâncias em algumas pessoas da cidade. Foi nas décadas de 60 e 70 responsável por inovações culturais na cidade, abrindo as portas para que muitos de seus alunos adentrassem nos caminhos da arte. Para saber mais sobre as opiniões da professora, leia a entrevista dela, transcrita abaixo.

ANTONILA DA FRANÇA CARDOSO


Há doze anos Antonila da França Cardoso deixou para trás sua destacada carreira de professora, cronista, poetisa e escritora de Juazeiro e foi morar em Brasília. Para trás tinha ficado uma provinciana cidade que se incomodava mesmo com uma crônica que expunha a água do esgoto correndo no meio da rua.

Ou que torcia o nariz para a maneira aberta e participativa com que levava a seus alunos de português dos Colégios Edson Ribeiro e Rui Barbosa as inovadoras ideias culturais das décadas de 60 e 70.

Hoje, doze anos depois, a professora Antonila reprisa um velho problema a mudança que gostaria de ver em Juazeiro é de mentalidade. Leia a seguir por que.

Jornal Berro D' Água, Edição de 1988.
Fonte: Acervo Maria Franca Pires.


1.  Para quem está há 12 anos fora, como é que é Juazeiro?

R. Se eu houvesse ficado os 12 anos sem retornar a esta cidade, seria mais fácil notar diferenças, estabelecer parâmetros. Como venho, pelo menos, uma vez por ano, não sinto muito essas mudanças. No aspecto físico, é evidente que houve alterações. Nota-se um certo cuidado administrativo com o cais, com a beira do rio, que antes sempre me machucava por causa do mau cheiro, do lixo ali acumulado, do desacato, enfim. Entretanto a mudança que eu gostaria de sentir era a mudança de mente, na maneira de ver as coisas. Talvez eu espere muito, mas a cada vinda, sinto que Juazeiro ainda não deu um passo largo, seguro em direção a uma vida mais aberta.

2. Qual a expectativa que a senhora tem com relação a essa mudança de mentalidade?

R. Não sou teórica, prefiro ir pelos exemplos. A maior parte do que percebo vem pelo ouvir. E ouvindo a conversa das pessoas aqui, fico com a impressão de que Juazeiro parou no tempo. Pessoas de classe média aqui ainda dizem: “a rapariga de fulano...” há 12 anos eu não ouvia essa expressão. Meu Deus! Será que em Juazeiro ainda tem rapariga? Ou então “fulano largou a mulher”. Esse tipo de coisa que é fruto de uma opção. Se o casamento não deu certo, acaba-se. Por trás dessa linguagem retrógrada, ainda subsiste uma mentalidade impregnada de preconceito. E quase sempre se diz que o marido largou a mulher e nunca a mulher largou o marido. Estou habituada a ouvir “o casal se separou, não dava mais”. Ao mesmo tempo que Juazeiro é vista como uma cidade progressista, avançada, em dia com a moda e os hábitos televisivos há decisões preconceituosas e estagnados aqui e ali.


“AQUI ESTÃO SEMPRE CRIANDO NOVIDADES, MAS PARECE QUE AS PESSOAS POR ELAS SE EMPOLGAM, COMO AS CRIANÇAS POR UM BRINQUEDO NOVO, QUE SE DESFAZ EM POUCO TEMPO". 


3. E culturalmente, como a senhora a vê?

R. Com relação à cultura mantenho-me informada através dos jornais locais que recebo e, também, pelos amigos. Continuo notando a mesma falta de continuidade em tudo que se faz, inclusive na área cultural. Não há até hoje, na cidade, uma escola tradicional de música, de balé, de centro permanente de arte. Já houve ou vai haver. Veja Brasília, uma cidade jovem, de 27 anos, seus bares, clubes, colégios, academias, todos festejam juntos seus 27 anos de existência. Não somente os órgãos e instituições do governo, mas as empresas de iniciativa particular vão marchando junto com a cidade. Isso não se consegue ver por aqui. Quando me ausentei, em 1976, havia a Associação dos Universitários de Juazeiro, muito atuante, uma força viva. Depois nunca mais se ouviu falar dela. Grupos de estudantes literários, dentro de arte e cultura vieram posteriormente: onde estão neste momento? Aqui estão sempre criando novidades, mas parece que as pessoas por elas se empolgam, como as crianças por um brinquedo novo, que se desfaz em pouco tempo. Nossa cultura é quase produto de um milagre, pois algumas pessoas por si sós conseguem realizar um trabalho artístico, mas isso não é fruto de uma estrutura comunitária, da sociedade como um todo, com certa continuidade.

4. A cidade provoca ou o artista opta por essa atitude individual, fragmentada?

R. As pessoas tentam, mas acabam limitadas. Há objeções, repressões e elas se recolhem. Há sempre uma tendência para o “aqui eu não participo de mais nada, vou ficar no meu canto”; ou então “vou para uma comunidade maior onde eu possa ser absorvido pelo mercado de trabalho” ou, ainda, como o meu caso: “vou para uma cidade onde eu possa viver no anonimato”. Escolhi Brasília, onde o povo é apenas povo. Quando morava aqui, além de não poder trabalhar da maneira como gostava, havia muita cobrança em relação ao padrão familiar. Um exemplo? Se eu escrevia uma crônica para a Rádio Juazeiro, reclamando da água podre que corria acompanhando o meio fio de quase todas as ruas, mal terminava sua leitura, o prefeito de então, Durval Barbosa- que era nosso amigo- ia, lá em casa queixar-se ao meu irmão que eu estava acabando com o governo dele, que assim não iria fazer seu sucessor... Multiplique isso pelos demais setores: trânsito, justiça, uma vez, até a classe médica, por falta de entendimento da matéria. Chegou-se a um ponto em que, ou me inimizava com a cúpula administrativa da cidade e magoava minha família ou ficava bem com todo mundo e deixava de ser eu mesma. Resolvi ir embora.

5. A senhora considera que isso é uma característica individual de Juazeiro ou é do próprio crescimento de qualquer cidade?

R. Particular de Juazeiro, eu não diria, mas muito acentuada aqui, sim. Petrolina está muito próxima de Juazeiro e eu nunca notei isso por lá. Se vai haver alguma comemoração, todos os grupos se juntam e fazem a festa. Há intercâmbio, existe amor. Aqui, pergunta-se logo: quem vai promover o evento? E, a depender do patrocinador, as pessoas participam ou não. As coisas lá têm continuidade. Não sei se por razões culturais, ou devido à presença tutelar dos Coelhos, como quer o preconceito aqui enraizado. O fato é que em Juazeiro, que nunca teve liderança dominadora, os poucos líderes emergentes que aqui despontam esporadicamente não conseguem criar na comunidade um comportamento diferente. Quando reclamamos da falta de uma continuidade histórica ou política na cidade, todos apressam-se em justificar: “aqui somos livres, votamos em quem queremos”. Realmente, disseram-me que na última eleição, duzentos e tantos deputados estaduais aqui foram votados e apenas um foi eleito, assim mesmo por ter considerável número de votos noutras cidades. Essa é a liberdade que Juazeiro orgulha-se de ter? A mim parece apenas falta de organização política e união, o que não constrói coisa alguma.

6. Essa dispersão cria uma atmosfera ruim, para se construir uma cidade?

R. Com certeza. Essa é uma das razões que me levaram a sair daqui. Talvez isso seja fruto da formação que tivemos. Formação sedimentada na rivalidade. Em tempos pretéritos. Quem era da Sociedade Apolo Juazeirense não entrava na 28 de setembro e vice-versa. A minha geração conheceu a rivalidade até entre os corpos docentes dos Colégios Edson Ribeiro e Rui Barbosa. Algumas pessoas incumbiam-se de nos fiscalizar, como se fizéssemos diferença entre dar aulas para um ou outro dos colégios. Sempre me chocou essa rivalidade na área educacional. Parecia haver uma necessidade de colocar nas pessoas um rótulo separatista. Quando estava realizando pesquisas sobre o folclore da região, pessoas se encarregavam de dizer aos Congos: “não cantem para ela, porque é dos Viana”; nos Candomblés: “não deixem que ela entre, porque é protestante”, assim por diante. Essa discriminação contribui muito para evitar a sedimentação dos elementos culturais. Já são poucos os valores da terra e se ainda recebem rótulos discriminatórios, isso só contribui para o esfacelamento da unidade cultural. Juazeiro é uma cidade que tem tudo para ser e não é. Isso me faz sofrer.


Jornal Berro D' Água, Edição de 1988.
Fonte: Acervo Maria Franca Pires.


7. O que poderia acontecer para Juazeiro ser o que tem para ser?

R. Quem sabe se todos colocássemos o NÓS acima do EU, procurando, realizar um trabalho representativo de uma expressão comunitária e não de nós próprios? Quem sabe passássemos a ver a cultura como um valor a ser por todos cultivado, desprezando essa postura mesquinha de “Eu sou o pai da ideia, eu tenho o meu valor” para se partir em busca do nós, do geral?

8. Trabalhar em conjunto nem sempre é fácil. As perspectivas de trabalho e as ideias, às vezes, são muito distintas. Como compor essas diferenças todas?

R. Isso é difícil, mas não é impossível. É o que está acontecendo agora com a Constituinte. São ideias de diferentes níveis na busca da unanimidade. E ainda com meus resquícios de educadora, acredito que a solução para quase todos os problemas sociais começa por uma educação de base, expressão muito gasta, mas que nunca foi aplicada de maneira séria.

9. Séria em que sentido? Tem gente fazendo essa educação que está aí e jura que é séria.

R. Séria no sentido de fundamentá-la na realidade do brasileiro. De um modo geral, procura-se ver a

vida por trás daqueles óculos espelhados que fazem as coisas ficarem mais bonitas e coloridas. Espelhamo-nos sempre em outra realidade que muito pouco tem haver conosco. Caso muito recente é o do Senado Federal mandando imprimir a Constituição de quase todos os países, para servir de modelo aos constituintes. Fico pensando se não seria muito mais construtivo fazer-se um estudo geral da nossa realidade, como país de terceiro mundo e, a partir daí, buscar identificar nossos valores, aspirações ou o tipo de vida que nos satisfaria. Dentro dessas linhas mestras procurassem os Constituintes encontrar a melhor forma para a Carta Magna. Os outros países têm seus próprios modelos. Na educação também trabalhamos em cima de um modelo que não é o nosso. Exemplo maior disso é a Lei 5692/72 que foi aplicada sem sucesso nos Estados Unidos e aqui acolhida com maior empolgação. O resultado é que vocês estão vendo aí.

10. Realmente o povo precisa conhecer sua realidade e criar a partir dela até encontrar caminhos que o interessem. Aqui em Juazeiro, a senhora acha que há esse esforço em aprender sua história?

R. De algum tempo para cá tenho percebido um interesse maior no conhecimento de nossa história. As gincanas escolares passaram a incluir perguntas sobre vultos e assuntos da própria continuidade. Sem esse conhecimento corre-se o risco de se perder a identidade histórica da cidade, mormente por receber Juazeiro um grande número de pessoas de fora. Na década de 60, a festa do Bom Jesus dos Navegantes era a maior demonstração de força da comunidade sergipana aqui residente. Os primeiros vestibulares da Faculdade de Agronomia aprovaram cerca de 80% dos candidatos de outros Estados. Se os filhos da terra não se interessassem por sua própria história, quem iria fazê-lo? De um modo geral, a gente se acostuma com essa desinformação e consequentemente, não valoriza seu patrimônio, a não ser quando perde. Isso aconteceu com a Velha Estação Ferroviária e com a Estação Meteorológica que foi levada para Petrolina, com a velha e esfarrapada desculpa de que aqui não havia espaço físico para construí-la. Se o povo conhecesse melhor sua história, seus bens, seu patrimônio físico ou cultural teria condições de amá-lo e defendê-lo.


"ACHO QUE ESTÁ FALTANDO É POLÍTICA NO POVO. AS PESSOAS QUE ESTÃO LÁ NA CONSTITUINTE FORAM ELEITAS PELO POVO. SÃO SEUS AUTÊNTICOS REPRESENTANTES".


11. Os livros escritos sobre Juazeiro são satisfatórios no sentido de revelar a experiência de vida da comunidade?

R. Visto por outro lado. Acho que só pelo fato de terem sido escritos já merecem respeito e valor. Pior se não existissem. Talvez nós devêssemos vê-los como incentivo para a produção de outras pessoas. Se esses livros não dizem tudo, se não abrangem fielmente todas as questões da história, vamos analisá-los, verificar onde estão as omissões e começar um novo trabalho para complementá-los. Isso me parece muito positivo. Está aí o livrinho de Maria Pires- “Juazeiro para as Crianças”. Tenho um respeito enorme por ela, por ter sido uma pessoa que, embora chamada de forasteira, colocou parte de sua vida a pesquisar as raízes e a elaborar um trabalho criterioso sobre Juazeiro.

12. A senhora tem um livro sobre as manifestações culturais populares; como é que elas aconteceram em Juazeiro?

R. Como em todos os lugares, com muita espontaneidade, até a época do 1º Bispado da cidade, quando se iniciou um trabalho de repressão. A maior parte dos padres sendo estrangeiros, vindos de "países desenvolvidos, tinham dificuldade de conviver com o que chamavam de realidade pagã, e, em lugar de partir para um trabalho de informação, de ajuda espiritual, preferiram a repressão. Receando o desaparecimento de alguns grupos mais visados, como os Penitentes Disciplinadores, despertei para o fato de realizar uma colheita de pesquisa nesta região e assim nasceu o “Nosso Vale... seu folclore beira-rio”.

13. Como a senhora analisa a Lei Sarney?

R. Os artistas que são a maioria interessados acharam-na muito boa. O problema está com os patrocinadores. Se não for feita uma campanha para sensibilizá-los e mostrar-lhes que serão beneficiados com sua aplicação, pouco se conseguirá. Não se muda a atitude das pessoas, nem sua ideologia através de uma lei, não é? O erro vem daí. É uma questão de educação. Já lhes disse: a educação é a base para a vida em Sociedade.

14. Com tanto trabalho no Congresso Nacional, a senhora já deve entender um pouco de política. Como a senhora acha que deve acontecer a política para satisfazer as necessidades do cidadão?

R. Nada entendo de política, pelo menos desta que se faz no Brasil; mas de tanto ver e ouvir, sem querer vou fazendo minhas avaliações pessoais. A situação está meio obscura. Estamos numa fase de esperar para ver como fica. Não vislumbro saída por enquanto, mas deve haver soluções.

15. A senhora acha que falta povo na política?

R. Não. Acho que está faltando é política no povo. As pessoas que estão lá na Constituinte foram eleitas pelo povo. São seus autênticos representantes. Pode ser que o povo tenha escolhido mal, mas eles foram para lá através do voto, não por imposição. Se não estão correspondendo é porque o povo não está politizado o bastante para fazer sua escolha.


"E TENHO CERTEZA DE QUE O POTENCIAL JUAZEIRENSE CONTINUA RICO"


16. A sra. quando era professora, abriu para muitas pessoas daqui os caminhos da arte, incentivou-lhes a criatividade. Inclusive colocou muita gente em contato com a música de Vanguarda da época.

R. Vocês não sabem o preço que eu pagava para dar minhas aulas daquele jeito. Falavam para meu irmão Antonílio, diretor do colégio onde eu ensinava, que eu fazia a cabeça dos meus alunos para serem artistas. E artista era sinônimo de marginal. Mas eu perguntava: qual a utilidade de ficar o aluno se perguntando eternamente: onde está o sujeito? Que aplicação prática iria ter isso na sua vida? Ele precisava era saber falar, saber escrever e compor. Saber pintar; escrever peças, representar. Então fazíamos, a princípio, os diálogos, depois enquetes e pequenas peças escritas em equipes. E foi aí que descobri o potencial riquíssimo que Juazeiro possuía. Havia turmas privilegiadíssimas. Numa só turma, eu tinha cabeças brilhantes como Lúcio Emanuel, Múcio Brandão, ou Joseph Bandeira e Filadélfia, ou Odomaria, Robertinho e uma banda de rock, com Alcides e Marcos Borborema. Posteriormente, Expeditinho, Cacai e Coelhão. Não é qualquer comunidade que pode reunir mentes tão brilhantes, numa época só. Eram muitos os valores, precisavam ser bem direcionados. Eu só tinha pouco trabalho de orientá-los. Eles compunham, montavam os espetáculos, as aulas eram de uma festa só. E tenho certeza de que o potencial Juazeirense continua rico. Aquela também era uma época de repressão. Não se podia falar de política, as aulas de História eram censuradas, vigiadas. Fiscalizavam-se os atos e as palavras de alguns professores. Era preciso ter muito trato.

17. Era por isso que a senhora enfatizava mais a arte?

R. Eu sabia que não podia trilhar determinados caminhos, então optei pelas veredas da arte que não ofendiam a ninguém, mas ainda assim, quando um texto continha uma alusão mais direta, os pais vinham em cima- Antonila, é porque você não teve nenhum caso de perseguição ou tortura na família. Não quero meu filho arrastado pelos cabelos, nem desaparecido para sempre. Deixe-o na ignorância sobre a situação do país, estudos sociais etc. Eu compreendia o medo e o ponto de vista deles. Então só me restava selecionar bons textos e levar os estudos pelos caminhos das metáforas. Nós fazíamos nossas próprias antologias, nossos livros-textos, Coelhão desenhava as capas, incluíamos Vinicius, Guimarães Rosa, Caetano, Gil, Chico, Millor Fernandes e, como naquela época íamos a Salvador quase todos os fins de semana para ver peças do grupo de Oficina, Opinião, shows como Liberdade, montagens de Cordel, etc., eu repassava para os “meus artistas” o melhor do que tinha visto e eles iam em frente. Foi um tempo muito bom, uma época de realce para muitos valores emergentes que ainda estão brilhando hoje e não me deixam mentir.

18. Quer acrescentar mais alguma informação para encerramento desta entrevista?

R. Não, obrigada. Como Cecília Meireles, eu apenas diria: “Responder a perguntas, não respondo. Perguntas impossíveis não pergunto. Só do que sei de mim aos outros conto. De mim, atravessada pelo mundo”.

 

*NOTA DO ACERVO MARIA FRANCA PIRES: Foi feita a transcrição literal da entrevista tal como foi publicada pelo Jornal Berro d’água.

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