Jornal O Arauto em defesa da Alfabetização


O Acervo Maria franca Pires tem uma coleção de jornais que marcaram a história da imprensa juazeirense. Um desses jornais é O Arauto, que circulou em Juazeiro, da Bahia, em 1939, com a sua redação localizada na Rua do Rosário. Coordenado pelo diretor proprietário Sebastião de Souza, tinha como redatores Pedro Ferreira e Galdino de Souza, além de diversos colaboradores.

Semanalmente,o jornal publicava notícias regionais, nacionais e internacionais, abordando assuntos relacionados a economia, segurança e política. Além disso, encontramos notícias relacionadas à história cultural como relatos de festividades ocorridas em Juazeiro e na vizinha Petrolina, e aspectos da cultura escolar.


Destacamos a capa da edição de 24 de Setembro de 1939, Trata-se de um artefato raro, pois a edição é única que foi preservada na cidade de Juazeiro. Na página inicial dessa edição, os redatores ressaltaram aspectos da cultura escolar, como a importância da alfabetização para construção de uma nação forte e poderosa.

Transcrevemos o texto conforme publicado à época. 

Pela alfabetisação
Desde de que se implantou o regimen, temeu consideravelmente incremente, no Brasil a campanha de alfabetisação das massas, que vivem ainda, nas trevas negras da ignorância, merecendo de todo brasileiro consciente, a piedade que deve ser testemunhada, pelo esforço de fazer deste indivíduos inaptes para a vida, os homens capazes de vencê-la sem grandes dificuldade.
Ao lado da campanha de alfabetização, tem tido o seu logar de destaque entre as cogitações dos responsáveis pelo destino dos nossos intelectuais, a campanha de cultura vem desenvolvendo todos os órgãos de impressa, com publicação de diversos artigos, que provam, sobejamente, de se facilitar a educação, comprovando explicitamente, que, sem esta não poderemos ser uma nação forte e poderosa.
Entre os meios viáveis de tornar letrados os ignorantes, figura o processo grandemente aceitável e extraordinariamente admirável de cada homem tornar seu cargo desvendar aos que se encontram em seu redor em pleno estado de observantismo, as dificuldades que encontram êstes conhecer os fonemas da língua, ensinando-lhes depois o sentido que se expressam na justa posição das sílabas. 
Tarefa relativamente fácil e, alias não muito árdua, entretanto quantos brasileiros além dos professores se dão esse trabalho digno da melhor das recompensas?
Bem pouco estamos certos, porque a humanidade não sabe sentir as necessidades do próximo, enveredar-lhe no caminho do bem, sinãovizando os lucros materiais de sua função.
Abordando, pois, o assunto, desejaríamos de lembrar ao povo em massa, que já não somos aquele Brasil fraco de civismo de antes do Estado Novo. Temos visto a surto de patriotismo que açoita os corações de todos os brasileiros depois de Novembro de 37; e esse patriotismo há de fazer com que cada brasileiro tenha sempre o pensamento a ideia de grandeza unidade e integridade do Brasil olvidande, também, que para tal, é forçosamente mister se eduque e se cultive a sua população não se descuidando de que, efemarêsse grande, êsse imenso a pátria precisa e espera cooperação de todos seus filhos.


Redação: Ludmila Santos Santana @ludmila.s41
Graduanda em Pedagogia na Universidade do Estado Bahia-Campus III.


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